- Trump facilitou a troca do suspeito de lavagem de Bitcoin Alexander Vinnik pelo professor americano Marc Fogel, levantando preocupações geopolíticas e jurídicas.
- O caso de fraude de US$ 9 bilhões da BTC-e destaca a repressão do DOJ aos crimes de criptografia, provocando um debate sobre a aplicação da regulamentação e as trocas de prisioneiros.
A lavagem de dinheiro não é incomum no setor de criptomoedas, como visto em casos anteriores, como o da Binance, que enfrentou escrutínio na França em meio a uma investigação relatada pela CNF. O caso mais recente de alto perfil envolve a troca de Alexander Vinnik, cidadão russo condenado por lavagem de dinheiro, pelo professor americano Marc Fogel, um movimento diplomático significativo facilitado pelo ex-presidente Donald Trump.
Essa troca marca um notável desenvolvimento geopolítico entre os EUA e a Rússia. Vinnik, o ex-operador da BTC-e, uma bolsa de criptomoedas ligada a crimes cibernéticos e transações financeiras ilícitas, estava sob custódia dos EUA após extradições da Grécia e da França.
Enquanto isso, Fogel, um professor de história, estava cumprindo uma sentença de 14 anos na Rússia por possuir uma pequena quantidade de maconha prescrita por um médico.
As acusações criminais de Vinnik e o papel da BTC-e na fraude de criptografia
Vinnik foi preso na Grécia em 2017 e posteriormente condenado por um tribunal francês em dezembro de 2020 por lavagem de dinheiro, recebendo uma sentença de cinco anos. Em maio de 2024, ele se declarou culpado em um tribunal federal de São Francisco por conspiração para cometer lavagem de dinheiro.
Sua troca provocou debates, pois a BTC-e processou mais de US$ 9 bilhões em transações, atraindo criminosos que a usaram para lavagem de dinheiro ilícito. O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) destacou o caso de Vinnik como um exemplo de seus esforços globais para combater o crime cibernético. Apesar de atender a usuários americanos, a BTC-e nunca foi registrada como uma empresa de serviços financeiros nos EUA, violando as regulamentações financeiras.
Reações públicas e políticas
A troca de prisioneiros atraiu reações mistas. Alguns a veem como um movimento diplomático estratégico, enquanto outros a criticam por estabelecer um precedente perigoso. Um funcionário da Casa Branca defendeu a troca, referindo-se à troca do traficante de armas Viktor Bout pela estrela da WNBA Brittney Griner, em 2022, pelo governo Biden, declarando
Vemos isso como um acordo muito justo. Não estamos trocando o Mercador da Morte por uma jogadora de basquete,
As reações na mídia social foram divididas. De acordo com o The New York Times, alguns usuários expressaram ceticismo, com um comentário dizendo:
Estou vendo um padrão aqui. Fraude de Bitcoin e Donnie libera você!
Outro acrescentou sarcasticamente:
Quem se importa se os investidores de Bitcoin forem enganados? Grande jogada, Presidente Trump!
Implicações diplomáticas e negociações futuras
Esse caso levanta questões sobre futuras negociações geopolíticas envolvendo criminosos financeiros e o papel dos delitos relacionados a criptografia na diplomacia internacional.
Com relação ao preço do Bitcoin, no momento em que este artigo foi escrito, o BTC estava sendo negociado a US$ 96.611, refletindo um aumento de 0,97% no último dia, mas uma queda de 1,07% na última semana.