- O uso de stablecoins em 2024 aumentou para US$ 2,62 trilhões, expandindo-se para pagamentos internacionais e atividades financeiras diárias.
- Mercados emergentes como a Nigéria e o Brasil usam cada vez mais stablecoins para poupança e remessas, contornando sistemas bancários não confiáveis.
Recentemente, a pesquisa “Stablecoins: The Emerging Market Story”, realizadas pela Visa e outras empresas, mostram um aumento significativo no uso de stablecoins, especialmente em setores como pagamentos internacionais, remessas e distribuição de salários.
O valor global das liquidações com stablecoins aumentou para US$ 2,62 trilhões no primeiro semestre de 2024, com a expectativa de que o valor chegue a US$ 5,28 trilhões até o final do ano.
Surveys released by Visa and others show that the use of stablecoins in cross-border payments, remittances, commodity payments, salary payments, etc. has increased significantly. In the first half of 2024, the value of global settlement via stablecoins reached $2.62 trillion, and…
— Wu Blockchain (@WuBlockchain) September 12, 2024
As stablecoins surgem como uma alternativa confiável ao sistema bancário tradicional nos mercados emergentes
Esses dados demonstram o impacto crescente da stablecoin no ecossistema financeiro global, que vai muito além de sua afiliação original com o comércio de criptomoedas. Em vez disso, a stablecoin está sendo usada rapidamente para transações financeiras comuns em países emergentes, proporcionando estabilidade e acessibilidade a milhões de pessoas.
O Brasil, a Índia, a Indonésia, a Nigéria e a Turquia contribuíram significativamente para essa expansão. Nesses locais, os sistemas bancários tradicionais frequentemente não atendem às expectativas dos consumidores, e as stablecoins se desenvolveram como uma alternativa confiável.
Para muitos, as stablecoins são vistas como uma forma de evitar a volatilidade das moedas locais e, ao mesmo tempo, proporcionar acesso a uma reserva de valor mais confiável.
De acordo com pesquisas, 47% dos entrevistados usam stablecoins para economizar em ativos denominados em dólares e 43% valorizam as taxas de conversão de moeda superiores que essas moedas digitais oferecem. Além disso, as stablecoins estão se tornando mais populares para pagamentos internacionais, com 39% dos usuários afirmando que esse é o principal motivo para seu uso.
A adaptabilidade das stablecoins está mudando a forma como as pessoas administram seu dinheiro. Sua atração se estende além do comércio especulativo de criptomoedas para aplicações no mundo real. O Tether (USDT), por exemplo, surgiu como uma das stablecoins mais confiáveis, especialmente em mercados onde as moedas locais são voláteis.
Essa confiança se baseia na liquidez estabelecida do USDT e na capacidade de suportar transações sem atrito. Os usuários de países com taxas de inflação historicamente altas, como Argentina e Venezuela, estão recorrendo cada vez mais a stablecoins como o USDT para preservar seus fundos de uma rápida desvalorização.
Na Nigéria, onde o acesso a dólares dos EUA por meio de serviços bancários tradicionais é limitado, as stablecoins oferecem uma alternativa eficiente para transações internacionais, permitindo que os consumidores mantenham seu patrimônio com segurança sem depender de instituições locais.
Apesar desses benefícios, alguns economistas estão preocupados com a “criptodolarização” em algumas economias. Os críticos afirmam que depender muito da stablecoin pode prejudicar as moedas locais e as instituições financeiras. No entanto, isso não diminuiu o interesse por esses ativos digitais.
O apelo das stablecoins decorre de sua velocidade, eficiência e acessibilidade, principalmente entre as pessoas que não são atendidas pelas instituições bancárias tradicionais. De fato, 72% dos participantes do estudo pretendem aumentar o uso de stablecoins no próximo ano.
Esse aumento previsto destaca a transformação contínua na dinâmica financeira global, com as stablecoins desempenhando um papel mais importante.
Enquanto isso, a CNF relatou anteriormente que Cingapura registrou quase US$ 1 bilhão em pagamentos de stablecoins até o segundo trimestre de 2024, destacando seu crescente cenário de ativos digitais.