- O CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, entrou com um recurso de 102 páginas solicitando um novo julgamento, alegando que o juiz que supervisionou seu caso de fraude e conspiração demonstrou parcialidade que comprometeu sua defesa.
- O recurso alega que a FTX não estava insolvente durante seu colapso, mas sim enfrentava uma crise de liquidez, com bilhões em ativos ilíquidos com possíveis reembolsos aos clientes.
Sam Bankman-Fried (SBF), o ex-CEO da bolsa de ativos digitais FTX, que entrou em colapso, entrou com um recurso. No processo, ele está solicitando um novo julgamento após sua condenação por fraude e conspiração em novembro de 2023. Além disso, sua equipe jurídica alega que Bankman-Fried não teve um julgamento justo, pois o juiz presidente, Lewis Kaplan, supostamente demonstrou parcialidade durante todo o processo.
Detalhes da apelação de Sam Bankman-Fried
Os advogados da SBF entraram com um recurso de 102 páginas no Tribunal de Apelações dos Estados Unidos para o Segundo Circuito em 13 de setembro. Os advogados, a saber, Alexandra A.E. Sapiro, Theodore Sampsell-Jones e Jason A. Driscoll argumentaram que seu cliente foi “presumido culpado antes mesmo de ser acusado”.
O processo enfatizou ainda: “Ele foi considerado culpado pela mídia, pela propriedade devedora da FTX e seus advogados, por promotores federais ansiosos por manchetes rápidas e pelo juiz que presidiu seu julgamento”.
A equipe de defesa de Bankman-Fried acusou especificamente o juiz Kaplan de fazer comentários inadequados durante o julgamento que prejudicaram o caso da defesa perante o júri. De acordo com o processo, o comportamento do juiz foi tendencioso e prejudicial. Além disso, Kaplan teria sido visto “ridicularizando” o testemunho de Bankman-Fried e fazendo “comentários mordazes” que prejudicaram a credibilidade da defesa.
No centro do recurso, a equipe jurídica argumentou que a FTX não era insolvente no momento de seu colapso em novembro de 2022. Em vez disso, eles alegaram que a bolsa enfrentou uma crise de liquidez. Além disso, o recurso destacou que a SBF tinha bilhões de dólares em ativos vinculados a investimentos ilíquidos que poderiam ter sido usados para reembolsar os clientes, conforme relatado Crypto News Flash.
Esses investimentos incluíam uma participação de US$ 500 milhões na empresa de inteligência artificial Anthropic e um investimento maciço na Solana. A defesa sustentou que os investimentos de Bankman-Fried não eram “arriscados ou estúpidos”. Eles também argumentaram que “ele não havia perdido ou roubado todo o dinheiro”.
Embargo de provas cruciais
O recurso enfatizou ainda que o tribunal não permitiu que Sam Bankman-Fried apresentasse provas cruciais durante o julgamento que poderiam ter refutado a narrativa da acusação. “Tudo isso poderia ter sido provado no julgamento se o juiz tivesse permitido as provas da defesa”, afirma o documento.
De acordo com seus advogados, o caso da acusação era “objetivamente falso”. No entanto, eles não puderam contestá-lo por meio de provas devido às restrições impostas pelo juiz Kaplan. Além disso, a apelação também teve como alvo o relacionamento entre o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) e a assessoria jurídica da massa falida da FTX.
A defesa alegou que os advogados da massa falida da FTX agiram como “um braço da acusação”. Além disso, eles supostamente forneceram informações às autoridades federais de uma forma que foi além da cooperação padrão, de acordo com o relatório da CNF.
Por isso, a equipe jurídica de Bankman-Fried está buscando um novo julgamento com um juiz diferente para combater a sentença de 25 anos de prisão do fundador da FTX. “Repetidamente, o juiz Kaplan expressou sua firme convicção na culpa de Bankman-Fried”, escreveram. Essa parcialidade, segundo eles, criou um campo de jogo desigual que favoreceu injustamente o caso do governo.