- Os búlgaros, liderados pelo partido ultranacionalista Revival, protestaram em Sofia contra a adoção planejada do euro, temendo a instabilidade econômica e a perda da soberania financeira.
- Com a crescente desconfiança nas finanças centralizadas, os búlgaros podem se voltar para o Bitcoin como uma solução alternativa, buscando uma proteção contra as incertezas da adoção do euro.
A Bulgária está testemunhando uma onda de protestos em sua capital, Sofia, à medida que os cidadãos se opõem à adoção planejada do euro como moeda oficial do país. No sábado, partidários do partido ultranacionalista Revival Party saíram às ruas gritando “Não ao euro” e “Sim ao Lev búlgaro”. Suas preocupações se concentram no medo da inflação, da instabilidade econômica e da perda da soberania financeira se o país abandonar o lev búlgaro (BGN) em favor do euro.
Apesar da resistência do público, o primeiro-ministro Rosen Zhelyazkov reafirmou o compromisso do governo de introduzir o euro até 1º de janeiro de 2026. O orçamento estadual de 2025, que visa manter um déficit de 3%, foi projetado para atender aos critérios fiscais exigidos para a adoção do euro.
Os defensores da transição argumentam que a adesão à zona do euro fortalecerá os laços da Bulgária com a economia europeia, melhorará a segurança financeira e atrairá investimentos estrangeiros. No entanto, os críticos temem que a transferência do controle da política monetária para o Banco Central Europeu (BCE) possa limitar a capacidade da Bulgária de responder efetivamente aos desafios econômicos locais.
O Bitcoin como uma alternativa financeira?
A comunidade criptográfica vê a Bitcoin (BTC) como uma possível proteção contra as incertezas ligadas à adoção do euro. Como um ativo descentralizado, sem fronteiras e resistente à inflação, o Bitcoin oferece uma alternativa às políticas monetárias controladas pelo governo. A adoção do BTC poderia dar aos búlgaros mais independência financeira, especialmente à luz das crises econômicas e das preocupações com as políticas bancárias centralizadas.
A Bulgária já tem uma presença significativa no espaço criptográfico. O país supostamente detém mais de 200.000 BTC de apreensões governamentais anteriores em 2017, avaliadas em US$ 3,3 bilhões na época.
Além disso, a Bulgária vem integrando progressivamente as criptomoedas em seu cenário financeiro. Em 2024, o país reconheceu as moedas digitais como ativos legítimos e estabeleceu uma base legal para sua regulamentação. Essa medida exige que as bolsas de criptomoedas e os provedores de carteiras obtenham licenças oficiais e cumpram protocolos rigorosos de combate à lavagem de dinheiro (AML) e de conhecimento do cliente (KYC).
Notavelmente, as políticas de tributação na Bulgária tratam as transações de criptomoedas como ativos financeiros. Os investidores individuais estão sujeitos a um imposto sobre ganhos de capital de 10% sobre os lucros da venda de ativos digitais, enquanto os ganhos com mineração e staking são tributados em 15% na venda dos ativos adquiridos.
Como membro da União Europeia, a Bulgária se alinha ao Regulamento de Mercados de Ativos Criptográficos (MiCA) da UE, adotado em 2023. A MiCA fornece uma estrutura regulatória abrangente para ativos criptográficos em todos os estados membros da UE, com o objetivo de garantir a proteção do consumidor e a estabilidade financeira.
O regime fiscal favorável e o ambiente regulatório claro do país atraíram um interesse significativo das empresas de criptomoeda. A Bitget, uma bolsa de criptomoedas com sede em Seychelles, garantiu recentemente uma licença de Provedor de Serviços de Ativos Virtuais (VASP) na Bulgária, marcando um passo significativo na oferta de uma gama de serviços de criptomoeda aos clientes búlgaros.
Embora os formuladores de políticas enfatizem os benefícios econômicos, a resistência do público continua forte. Ao mesmo tempo, a adoção do Bitcoin e das criptomoedas está ganhando força como possíveis alternativas às finanças tradicionais. O Bitcoin está sendo negociado atualmente a US$ 96.021, refletindo uma queda diária de 0,29% e uma queda de 0,21% na última semana.