- Vinte e três países demonstraram interesse em fazer parte da coalizão do BRICS em 2025, sinalizando uma mudança nas alianças econômicas globais, já que os mercados emergentes pretendem aumentar sua influência em meio ao domínio ocidental.
- Entre os países que estão considerando a adesão ao BRICS estão o Chade, o Egito, a República do Congo e o Kuwait.
O BRICS, acrônimo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi formado para oferecer uma plataforma de colaboração entre algumas das maiores economias emergentes do mundo. Ao longo dos anos, a coalizão tem se concentrado em promover a paz, a segurança e o desenvolvimento, ao mesmo tempo em que defende a desdolarização há mais de uma década. Conforme relatado pela Agência de Notícias da Rússia, várias nações estão considerando entrar para a coalizão do BRICS este ano, refletindo o desejo dos países de reavaliar e diversificar suas alianças geopolíticas.
O assessor presidencial russo, Yury Ushakov, declarou que as portas da associação permanecem abertas para países com ideias semelhantes. Atualmente, o BRICS tem atraído o interesse de mais de duas dúzias de países, incluindo Camboja, Chade, Guiné Equatorial, Honduras, Sri Lanka, Síria, Venezuela, Laos, Kuwait, Azerbaijão, Bangladesh, Marrocos, Mianmar, Nicarágua, Paquistão, Palestina, Senegal, Sudão do Sul e Zimbábue.
O presidente enfatizou que a expansão descontrolada comprometeria a base da associação. Em vez disso, o BRICS defende uma abordagem gradual, harmonizada e bem planejada, espelhando as medidas tomadas durante sua presidência.
Este ano, o Brasil assumiu a presidência do grupo BRICS, enfatizando o aprimoramento das relações com as nações parceiras e promovendo iniciativas destinadas a reduzir a dependência do dólar. Sob a liderança do Brasil, espera-se que a cúpula anual do BRICS ocorra já em julho de 2025.
A cúpula do BRICS de 2024 foi um marco significativo, dando as boas-vindas a novos países e destacando o interesse crescente entre as nações que buscam alternativas aos modelos de comércio e moeda dominados pelo Ocidente. Entre os participantes notáveis dessa coalizão em expansão estão o Egito, a Etiópia, o Irã, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU).
BRICS avança em sua agenda de desdolarização
Atualmente, o BRICS está considerando a criação de uma estrutura semelhante à do G20 para aprimorar a cooperação e lidar com questões específicas da aliança. O Grupo dos 20 (G20) é composto por 19 nações soberanas, juntamente com a representação da UE e da UA, que abordam desafios econômicos e financeiros globais críticos. Embora todas as nações do BRICS sejam membros do G20, a coalizão está procurando formar seu próprio grupo para priorizar iniciativas alinhadas aos objetivos do BRICS.
Essa nova estrutura pode excluir deliberadamente as nações ocidentais, permitindo que o BRICS se concentre em áreas importantes, como o comércio em moeda local e outras estratégias que estejam de acordo com seus objetivos.
Esses desenvolvimentos ocorrem em meio a um ultimato do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que alertou sobre ações punitivas contra qualquer país que prejudique o dólar. Ele ameaçou impor altas tarifas e barreiras comerciais às nações do BRICS que adotarem tais medidas.
Para complicar ainda mais a situação, a Turquia, apesar de ser membro da OTAN e aspirar a ser a primeira nação a aderir a ambas as alianças, optou por não prosseguir com a adesão ao BRICS. Depois de defender a adesão ao longo do ano, a Turquia acabou recusando a oferta inicial que lhe foi apresentada.
Em uma reviravolta semelhante, a Arábia Saudita decidiu suspender seu processo de associação após ter concordado anteriormente com as discussões durante a cúpula anual de 2023. Essa decisão complica ainda mais os desafios enfrentados pelo bloco econômico do BRICS durante seus estágios de formação.