- Apenas 7,5% dos salvadorenhos usam Bitcoin para transações, destacando a adoção limitada, apesar de seu status como moeda de curso legal desde 2021.
- O presidente Bukele visa à independência financeira até 2025 por meio de um orçamento autofinanciado, reduzindo a dependência de El Salvador da dívida externa.
A Universidade Francisco Gavidia, em El Salvador, realizou uma pesquisa que mostra uma discrepância notável entre a aceitação aspiracional da nação do Bitcoin como moeda legal e o uso real da criptografia entre seu povo.
Apenas 7,5% dos entrevistados afirmaram usar o Bitcoin para transações diárias, apesar da tentativa do governo de apresentá-lo como um componente principal do sistema financeiro de El Salvador. Essa estatística mostra que, embora o Bitcoin seja dinheiro legal desde 2021, sua aceitação real entre o público em geral ainda é um pouco baixa.
Por outro lado, 92% dos entrevistados disseram que preferem formas convencionais de pagamento e reconhecem que não usam o Bitcoin para transações.
A opinião pública favorece a educação e a indústria em relação ao desenvolvimento do Bitcoin
Envolvendo 1.224 pessoas, a pesquisa também esclarece a opinião pública sobre o futuro curso da nação. Em especial, apenas 1,3% dos entrevistados acham que a ênfase principal de El Salvador deve ser o desenvolvimento do Bitcoin.
Em vez disso, as áreas mais citadas como áreas de investimento preferenciais foram questões como a elevação dos padrões de educação e o apoio ao crescimento industrial. Isso sugere que, mesmo que o Bitcoin esteja atraindo a atenção mundial, muitos salvadorenhos consideram caminhos alternativos mais importantes para o desenvolvimento de longo prazo de sua nação.
Fascinantemente, os resultados da pesquisa revelam que o presidente Nayib Bukele ainda mantém um grande apoio público, mesmo com a atitude morna em relação ao Bitcoin. Cerca de sessenta por cento dos participantes disseram estar satisfeitos com o rumo que a nação está tomando sob sua administração.
Isso implica que, mesmo que muitos se oponham ao foco no Bitcoin, eles ainda apoiam o objetivo mais geral de Bukele, incluindo várias reformas sociopolíticas.
O FMI pede uma regulamentação mais forte em meio à visão de Bukele
Tanto internamente quanto externamente, a defesa do Bitcoin pelo Presidente Bukele não foi isenta de controvérsias. Particularmente, sua escolha de declarar o Bitcoin como moeda legal atraiu críticas de agências internacionais, como o FMI, que anteriormente expressou preocupações sobre os perigos relacionados ao uso da criptomoeda em uma economia nacional.
Para controlar melhor os possíveis riscos financeiros, conforme relatamos anteriormente, o FMI aconselhou El Salvador a fortalecer sua estrutura regulatória para ativos digitais. O foco tem sido a criação de uma estrutura mais forte que possa controlar a volatilidade das moedas digitais e se adequar melhor aos critérios financeiros mundiais.
Além disso, o presidente Bukele estabeleceu metas elevadas para o futuro financeiro de El Salvador, de acordo com sua agenda econômica mais geral. Até 2025, ele pretende que a nação esteja livre da dívida externa. Com um orçamento autofinanciado, ele espera concretizar sua visão de independência financeira – uma meta fundamental para a qual ele é motivado.
Embora o futuro do Bitcoin nessa visão ainda seja desconhecido, a estratégia de se afastar de empréstimos externos indica a intenção de seu governo de mudar o cenário econômico de El Salvador.
Além disso, como destacamos anteriormente, Bukele tem falado abertamente sobre seu objetivo de livrar o país da dívida externa até 2025. Sua ideia de um orçamento autossustentável ajuda a caminhar em direção à independência financeira e a uma menor dependência de devedores externos.