- O BCE adverte que o crescimento do Bitcoin beneficia os primeiros usuários, levando à desigualdade de riqueza e à instabilidade social.
- O objetivo original do Bitcoin como um sistema de pagamento global fracassou devido à lentidão das transações e aos altos custos.
O Banco Central Europeu (BCE) emitiu uma avaliação crítica sobre o aumento do valor do Bitcoin, alegando que sua expansão representa sérias ameaças à distribuição da riqueza social. O BCE alega que o aumento do preço do Bitcoin beneficia principalmente os primeiros usuários, o que resulta em uma transferência de riqueza que prejudica os novos investidores e os não proprietários.
O Bitcoin é visto como um jogo de soma zero, uma vez que contribui pouco para a produtividade econômica, ao contrário dos ativos convencionais. Como adverte o BCE, essa redistribuição de riqueza pode ter graves repercussões sociais, incluindo dificuldades financeiras para a maioria das pessoas que não possuem Bitcoin.
O BCE também insinua que essa disparidade cada vez maior pode colocar em risco a estabilidade da sociedade, bem como, potencialmente, a democracia.
A transição do Bitcoin de sistema de pagamento para ativo especulativo gera preocupações
Os economistas do BCE destacam em seu documento que o objetivo inicial do Bitcoin – tornar-se um sistema de pagamento mundial distribuído – fracassou em grande parte. Para transações regulares, o Bitcoin é inútil devido às suas baixas taxas de transação, alto custo e uso limitado como método de pagamento.
Em vez disso, ele se transformou em um ativo especulativo em que a riqueza dos primeiros investidores vem das perdas ou das chances perdidas dos participantes mais recentes. Isso causou preocupações quanto à instabilidade civil, pois os indivíduos que perderam com a expansão do Bitcoin enfrentam problemas financeiros em relação aos primeiros investidores.
Além disso, o documento critica a Bitcoin por ser retratado como um investimento irresistível por celebridades e influenciadores, que o distorcem e, portanto, alimentam bolhas especulativas separadas da realidade econômica. De acordo com o BCE, o aumento do Bitcoin ajuda um pequeno número de pessoas, mas priva a maior parte da sociedade.
Ele chega à conclusão de que os retardatários e os não detentores têm motivos justificáveis para apoiar leis que restrinjam a disseminação do Bitcoin ou talvez a sua proibição total.
Com relação às regulamentações, esse aviso coincide com um período em que os governos de todo o mundo estão considerando mais de perto as ramificações da criptomoeda. Os críticos da posição do BCE afirmam que o banco central ignora o possível valor do Bitcoin como um tipo de ouro digital.
Ainda assim, o BCE argumenta que a forma como o Bitcoin ajuda a distribuir a riqueza não pode ser ignorada e deve ser o centro das atenções em outros debates sobre políticas.
Por outro lado, a CNF observou anteriormente que o BCE instituiu pagamentos off-line para o euro digital, alocando US$ 1,3 bilhão para empreiteiras qualificadas para criar essa capacidade. O banco verificou que os fornecedores com foco em gerenciamento de risco, segurança da informação e aplicativos de usuário serão obrigados a realizar essas tarefas.