- Donald Trump advertiu as nações do BRICS que qualquer tentativa de enfraquecer o dólar americano levaria a uma tarifa de 150% e a uma suspensão do comércio.
- Os membros do BRICS continuam explorando o comércio em moedas locais, mas não emitiram uma resposta unificada às ameaças de Trump.
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, discutiu os esforços das nações do BRICS para enfraquecer o dólar americano na reunião da Associação dos Governadores Republicanos em 21 de fevereiro. Ele afirmou que o novo bloco, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, produzirá uma nova moeda, adotando o yuan da China.
Trump também disse que, quando iniciou sua presidência, deixou claro para as nações do BRICS que qualquer esforço para atacar o dólar americano atrairia uma tarifa de 150% e uma interrupção no comércio. Ele disse que isso era para defender o status de moeda de reserva do dólar, que era muito importante para a economia dos EUA. Inicialmente, ele ameaçou impor uma tarifa de 100%, mas depois a aumentou.
Ele também disse que seu governo viu uma redução nas negociações de uma nova moeda no BRICS. Para ele, suas políticas perturbaram os planos do bloco, ao contrário de Biden, que, segundo ele, foi passivo em relação ao assunto.
Independência financeira do BRICS
Apesar da intimidação de Trump e seu governo, os membros do BRICS não desistiram de buscar novas possibilidades financeiras. A CNF informou que o presidente russo, Vladimir Putin, pediu que mais transações sejam feitas em moedas nacionais, embora tenha dito que o bloco não está planejando o abandono imediato do dólar. Entretanto, os países do BRICS não representam um desafio direto à dominação econômica dos Estados Unidos, mas buscam diversificar suas fontes de financiamento.
Alguns membros, como o Irã, ainda apoiam a formação de uma moeda única. Eles defendem a opinião de que a diversificação dos sistemas monetários beneficia os países individualmente, minimizando a dependência do dólar e a suscetibilidade às políticas dos EUA. O bloco intensificou ainda mais o uso de moedas locais na condução de suas negociações, o que é uma indicação de uma mudança gradual nas estratégias financeiras globais.
Crescente influência econômica do BRICS
Atualmente, tanto a Índia quanto a Indonésia começaram a se esforçar para diminuir sua forte dependência do dólar usando moedas locais e criptomoedas como o Bitcoin para o comércio. A Indonésia, que se tornou um membro oficial do BRICS em janeiro de 2025, está usando cada vez mais sua moeda internacionalmente. A Índia tem apoiado e contribuído para essas iniciativas, culminando em acordos comerciais em que as transações são feitas em rúpias ou rupias.
De acordo com o Ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Maksim Reshetnikov, nos próximos dez anos, o BRICS possuirá 40% do potencial econômico mundial. Em contraste, a previsão é de que a economia ocidental tenha apenas 27% da participação no mercado. Ele diz que o avanço da Rússia como líder do grupo BRICS em comércio, tecnologia, mudança climática e turismo é real. Entretanto, apesar desses desenvolvimentos, o BRICS não emitiu uma resposta unificada às ameaças tarifárias de Trump.