- A Nigéria está revisando as regulamentações de ativos digitais para impor impostos sobre transações de criptomoedas, com o objetivo de integrá-las ao sistema tributário formal.
- A Binance enfrenta desafios legais na Nigéria, incluindo alegações de lavagem de dinheiro e um processo de US$ 10 bilhões por facilitar a saída de fundos não rastreáveis.
O governo nigeriano está reformulando sua legislação de ativos digitais, com a intenção de tributar as transações de criptografia, de acordo com a Bloomberg. A ação coincide com os conflitos entre o governo e as plataformas internacionais de comércio de criptomoedas, especialmente a Binance, que está sendo criticada por acusações graves.
Por outro lado, o aumento dos casos de crimes cibernéticos envolvendo ativos digitais fez com que o país se tornasse mais vigoroso na regulamentação do setor de criptografia.
Da proibição à regulamentação: A nova abordagem de criptografia da Nigéria
O governo nigeriano tem mostrado uma mudança de perspectiva no setor de criptografia nos últimos tempos. Primeiro proibindo transferências de ativos digitais por instituições financeiras, a proibição foi posteriormente relaxada. Ainda assim, desta vez a estratégia é diferente. A Nigéria busca utilizar os impostos como uma ferramenta regulatória e uma nova fonte de renda, em vez de proibir.
As regras fiscais que estão sendo desenvolvidas pelas autoridades serão aplicadas às transações de criptografia realizadas por meio de bolsas regulamentadas. Essa medida deve trazer o setor para o sistema financeiro oficial e impedir a movimentação de dinheiro sem rastreamento. O governo vê um grande potencial para aumentar a receita do Estado à medida que mais nigerianos escolhem os ativos digitais como um investimento alternativo.
Ainda assim, a política também gera problemas. A Nigéria está apenas explorando as criptomoedas como uma nova armadilha fiscal ou deseja de fato criar um ecossistema mais seguro e transparente? A tributação de transações digitais pode, afinal, afetar diretamente os volumes de negociação e os possíveis ganhos dos usuários.
Binance sob pressão: Alegações de lavagem de dinheiro e suborno
A Binance está mais uma vez sob grande pressão enquanto o governo desenvolve seu novo plano tributário. Recentemente acusada de pagar um suborno de US$ 5 milhões ao governo nigeriano para liberar seu executivo sênior, Tigran Gambaryan, a maior plataforma de negociação de criptomoedas do mundo ficou sob fogo cruzado.
As acusações incluem um julgamento contínuo no qual a Binance é acusada de lavagem de dinheiro e de operar sem uma licença legal no país.
Na verdade, o conflito entre a Nigéria e a Binance já existe há um bom tempo. A CNF informou, em março de 2024, que a Nigéria estava processando a Binance em US$ 10 bilhões, alegando que a empresa se beneficiou de atividades ilícitas e ajudou a diminuir o valor da naira.
O banco central também acusou a Binance de permitir uma saída não rastreável de US$ 26 bilhões, comprometendo assim a estabilidade econômica do país.
Esse caso revela o quanto o governo nigeriano está se tornando rigoroso no gerenciamento do setor de criptomoedas. Se as alegações contra a Binance forem válidas, isso pode estabelecer um padrão para outras nações que desejam regular as operações de troca de ativos digitais.
O aumento de fraudes com criptomoedas leva a Nigéria a endurecer a regulamentação
Essa maior regulamentação é inseparável do aumento da frequência de ocorrências de fraudes baseadas em ativos digitais. Em dezembro de 2024, a Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros (EFCC) da Nigéria deteve 792 indivíduos envolvidos em um esquema de fraude de investimento e romance com criptomoedas.
Desse total, quarenta pessoas vieram das Filipinas e 148 eram cidadãos chineses. Operando a partir de um centro de contato em Lagos, eles enganaram vítimas de diferentes países com alegações de investimentos fictícios em criptomoedas.