- A “Iniciativa Bitcoin” da Suíça propõe a alteração de sua Constituição para exigir que o Banco Nacional Suíço detenha Bitcoin juntamente com as reservas tradicionais, como o ouro.
- Embora os defensores vejam a medida como inovadora para a independência financeira, os críticos alertam sobre a volatilidade do Bitcoin e os possíveis riscos econômicos.
A Suíça está dando um passo ousado em sua evolução financeira com uma proposta de emenda para incluir o Bitcoin como parte das reservas do Banco Nacional Suíço. A apresentação formal da “Iniciativa Bitcoin” em 5 de dezembro de 2024 marca o início de uma mudança potencialmente inovadora na política monetária.
Swiss legislator Samuel Kullmann is pushing for a referendum plan to include Bitcoin in the Swiss Constitution. The plan needs to collect 100,000 signatures within 18 months to prompt the state parliaments to vote on the inclusion of Bitcoin in the constitution. The proposal has…
— Wu Blockchain (@WuBlockchain) January 2, 2025
A proposta busca alterar o artigo 99 da Constituição suíça, exigindo que o banco central mantenha o Bitcoin junto com as reservas tradicionais, como o ouro. Os defensores afirmam que as qualidades descentralizadas e deflacionárias do Bitcoin poderiam aumentar a independência financeira e a resistência da Suíça em uma economia global incerta.
Iniciativa suíça passa pelo primeiro obstáculo – o referendo está próximo?
A Chancelaria Federal da Suíça aprovou a iniciativa, confirmando que todas as exigências legais foram cumpridas, inclusive a coleta necessária de assinaturas válidas. O chanceler federal Viktor Rossi comentou sobre o desenvolvimento:
A iniciativa foi verificada como estando de acordo com a estrutura constitucional e legal para uma iniciativa popular federal.
Entretanto, a aprovação não garante mudanças imediatas. A iniciativa precisa passar por um exame mais detalhado da Assembleia Federal. Se superar esse obstáculo e receber um número suficiente de assinaturas certificadas, ela passará para um referendo nacional, permitindo que os cidadãos suíços decidam o destino dessa emenda histórica.
Liderando a iniciativa estão dez indivíduos proeminentes, incluindo Luzius Meisser e Giw Zanganeh, que argumentam que a proposta poderia reforçar a tradição de inovação financeira da Suíça. Eles a veem como um passo lógico para um país frequentemente chamado de “vale das criptomoedas” devido à sua postura progressista em relação aos ativos digitais.
Por outro lado, os críticos alertam contra a vinculação das reservas do banco central ao Bitcoin. Eles apontam para sua volatilidade, alertando que isso poderia desestabilizar o sistema financeiro suíço, conhecido por sua estabilidade característica. As instituições financeiras tradicionais e os órgãos reguladores estão entre as vozes mais altas de preocupação, destacando os possíveis riscos, como oscilações imprevisíveis do mercado e incerteza regulatória.
Da ideia à ação
Se for bem-sucedida, a emenda marcará a Suíça como pioneira, tornando-a um dos primeiros países a consagrar a criptomoeda em sua política monetária. Os defensores enfatizam a importância dessa medida para a independência financeira, argumentando que a integração do Bitcoin está alinhada com os princípios de autodeterminação e segurança econômica da Suíça.
Conseguir as 100.000 assinaturas necessárias é um próximo passo fundamental. Campanhas de base e encontros locais de Bitcoin estão em pleno andamento para gerar impulso. A defesa on-line também decolou, com a comunidade de criptografia apoiando a proposta como um momento transformador para as finanças descentralizadas.
Se aprovada, essa medida poderá redefinir a forma como os bancos centrais de todo o mundo abordam os ativos digitais. Ela também consolidaria a reputação da Suíça como líder em inovação financeira. Os apoiadores veem a iniciativa como uma referência para outras nações, enquanto os céticos se preparam para possíveis consequências.