- O cofundador da Framework Ventures adverte que as regulamentações de stablecoin dos EUA podem enfraquecer o domínio do dólar e impulsionar a inovação financeira no exterior.
- A Lei GENIUS pode bloquear a entrada de emissores estrangeiros de stablecoin no mercado do Tesouro dos EUA, limitando a concorrência e sufocando o crescimento das finanças digitais.
O mais recente projeto de lei sobre stablecoin nos Estados Unidos gerou ainda mais controvérsia. Enquanto alguns dizem que essa é uma ação calculada para preservar a estabilidade econômica, outros veem essa estratégia como mais tendenciosa em favor de ajudar as empresas financeiras domésticas.
O cofundador da Framework Ventures, Vance Spencer, chegou a afirmar que, ao impedir o acesso de emissores de stablecoin estrangeiros ao mercado de títulos dos EUA, essa restrição prejudicaria o domínio global do dólar americano. Mas será que é exatamente esse o caso?
I don't comment directly on regulation much but I would like to flag an emerging regulatory battle that is happening in D.C.
The soon-to-be revealed stablecoin markup apparently has requirements to shut off access to the treasury market to centralized international stablecoin…
— Vance Spencer (@pythianism) February 24, 2025
Por que o projeto de lei sobre stablecoin dos EUA é polêmico?
A medida exige que o Departamento do Tesouro investigue os possíveis riscos das stablecoins autossuficientes e sugere uma proibição de dois anos para elas. Simultaneamente, a Controladoria da Moeda (OCC) recebe mais poderes para supervisionar os emissores de stablecoins, mantendo assim a estabilidade e o controle do sistema financeiro, conforme relatamos anteriormente.
No papel, esse controle parece adequado. Dar autoridade total à OCC permite que o governo garanta que as stablecoins nunca comecem a prejudicar a economia. No entanto, os críticos reagiram, pois esse controle também restringe o acesso de emissores estrangeiros de stablecoins ao mercado de títulos dos EUA, comprometendo, portanto, a flexibilidade do ecossistema financeiro global.
Influência política por trás dessa política
Particularmente durante a presidência de Trump, o setor de criptografia está atualmente bastante agressivo no aumento de seu impacto político. Embora as opiniões sobre a política tenham sido divididas, a dedicação da Casa Branca e do Congresso em promulgar regras relativas a ativos digitais é vista como uma etapa industrial significativa. Afinal de contas, o setor agora se encaixa no ecossistema financeiro mais amplo, em vez de ser apenas um experimento tecnológico.
Mas, com regras mais rigorosas, é de se perguntar: há interesses políticos em jogo ou isso é realmente para proteção econômica? Spencer acredita que essa abordagem ajuda os grupos de financiamento doméstico que se esforçam para manter o controle sobre o mercado.
Tether enfrenta pressão política no mercado de stablecoin dos EUA
Igualmente preocupado estava o CEO da Tether, Paolo Ardoino. Ele afirma que os rivais tentam substituir o Tether no mercado de stablecoin dos EUA usando laços políticos.
Se essa abordagem for seguida, o USDT – a stablecoin mais usada em todo o mundo – poderá perder terreno no país que serve de centro para as atividades financeiras globais. As nações em desenvolvimento que dependem do USDT para transações em dólares podem sofrer com isso.
Além disso, as limitações impostas aos emissores estrangeiros de stablecoins poderiam atrasar o desenvolvimento do setor financeiro digital. Alguns especialistas até alertam que essa abordagem incentivaria a inovação fora dos EUA, minando, portanto, a hegemonia americana no setor.
Movimentos regulatórios: Proteção ou restrição de mercado?
Essa regulamentação tem realmente o objetivo de proteger a economia dos EUA ou é mais uma barreira para a expansão constante da moeda? A solução ainda é desconhecida. É certo que essa abordagem afetará significativamente a maneira como as stablecoins serão controladas e utilizadas nos próximos anos.
Além disso, se a restrição de dois anos for mantida, não é improvável que o mercado busque substitutos fora dos EUA.