- Um cidadão brasileiro, Dover Braga, pode pegar até 20 anos de prisão após ser acusado de orquestrar um esquema Ponzi de Bitcoin de US$ 290 milhões.
- Braga é acusado de 12 acusações de fraude eletrônica, correspondentes a 12 transações de investidores e uma acusação de conspiração para cometer fraude eletrônica.
Dover T. Braga, um cidadão brasileiro de 48 anos, foi extraditado da Suíça para os Estados Unidos para enfrentar uma acusação de 13 acusações por fraude eletrônica e conspiração relacionada a um esquema Ponzi de Bitcoin de US$ 290 milhões. O procurador interino dos EUA, Teal Luthy Miller, anunciou que Braga, que residiu na Flórida entre 2016 e 2021, operou a plataforma de investimento fraudulenta, enganando investidores em todo o mundo.
O suposto esquema Ponzi de Bitcoin
Braga é acusado de administrar o Trade Coin Club (TCC), uma plataforma de negociação de criptomoedas que prometia aos investidores retornos lucrativos por meio de um algoritmo de negociação sofisticado. No entanto, as autoridades alegam que a TCC não passava de um esquema Ponzi, usando fundos de novos investidores para pagar os anteriores, enquanto Braga e seus associados desviaram milhões.
De acordo com os documentos do tribunal, Braga e seus co-conspiradores comercializaram agressivamente a TCC em todo o mundo, inclusive na Tailândia, Nigéria e Macau, alegando falsamente que a plataforma tinha mais de 126.000 membros em 231 países. Os investidores foram levados a acreditar que estavam obtendo lucros, mas, na realidade, não havia nenhuma atividade comercial legítima, apenas um esquema criado para canalizar fundos para os bolsos de Braga.
Entre 2016 e 2019, Braga supostamente desviou pelo menos US$ 50 milhões em (Bitcoin BTC) para contas que ele controlava, enquanto as perdas totais dos investidores chegaram a aproximadamente 82.000 Bitcoin (no valor de US$ 290 milhões na época).
Além de fraude eletrônica, Braga enfrenta acusações de evasão fiscal por supostamente não ter informado dezenas de milhões em ganhos de Bitcoin ao IRS. Em 2017, ele recebeu US$ 30,5 milhões em Bitcoin, mas declarou apenas US$ 152.298 em renda. No ano seguinte, ele declarou apenas US$ 73.473 em ganhos, apesar de ter recebido US$ 13,1 milhões. Em 2019, ele declarou apenas US$ 72.870, apesar de ter embolsado US$ 10 milhões em Bitcoin. Essas discrepâncias sugerem que Braga ocultou deliberadamente seus lucros com criptomoedas para fugir da tributação, agravando ainda mais seus problemas legais.
Um grande júri indiciou Braga em outubro de 2022, mas o caso permaneceu em sigilo até sua prisão na Suíça em 2024. Após a extradição para os EUA, Braga compareceu ao Tribunal Distrital dos EUA em Seattle, onde se declarou “inocente” de todas as acusações. Seu julgamento está marcado para 28 de abril de 2025, perante a juíza Tana Lin.
Se condenado, Braga poderá pegar uma pena máxima de 20 anos de prisão por fraude eletrônica e conspiração. As autoridades continuam investigando se outros cúmplices estavam envolvidos no esquema global de criptomoedas.
O caso marca uma repressão significativa às fraudes relacionadas com criptomoedas e destaca o esforço global para responsabilizar os criminosos. Enquanto Braga aguarda o julgamento, as autoridades federais, incluindo o FBI e a Investigação Criminal do IRS, continuam trabalhando para recuperar os fundos perdidos e garantir justiça para as vítimas de um dos mais notórios esquemas Ponzi de Bitcoin da história recente.