- Em um post no blog da ConsenSys, Andrew Keys explicou que o lançamento do Ethereum 2.0 em 2020 será comparável à mudança da Internet discada para a Internet de banda larga.
- Com base na tecnologia madura, o Ethereum se estabelecerá como a base da Web 3.0 e colocará em seu lugar “novas blochains de camada um” como Polkadot, Near e Dfinity.
Andrew Keys, ex-Chefe de Desenvolvimento Global de Negócios da ConsenSys e agora sócio gerente da Digital Asset Risk Management Advisors (DARMA Capital), fez suas previsões para 2020 em um novo post no blog da ConsenSys. Se ele estiver certo, 2020 será um ano decisivo para o setor de blockchain.
Em sua opinião, os termos Bitcoin e blockchain finalmente se separarão na percepção do público. Ethereum, atualmente descrito como a Internet dial-up de 1996, deverá se tornar “em breve o equivalente da Internet de banda larga”:
2020 nos anos da blockchain é o equivalente de 1996 na era da Internet. Tal como a Internet, o progresso da blockchains vai entrar em superlotação com a Lei de Moore, e o Ethereum 2.0 será o grande botão vermelho que nos atirirá do dial up para a banda larga.
Como Keys descreve, o Bitcoin deve ser altamente elogiado por reunir as bases criptográficas da rede peer-to-peer, uma máquina virtual e um algoritmo de construção de consenso para resolver o problema do gasto duplo e o problema do “Byzantine general”. No entanto, diz Keys, chegará a hora da percepção pública mudar e reconhecer casos de uso além do ouro digital:
Os maximalistas de Bitcoin que acreditam que Bitcoin é onde esta tecnologia descentralizadora vão parar para um despertar incómodo. […] A ascensão do Bitcoin ao ouro digital tem sido surpreendente e sinalizou o início de toda uma nova era tecno-econômica. Mas o ouro digital é apenas isso – um começo.
O Ethereum 2.0 vai ganhar vida em 2020
Enquanto o ouro tem uma capitalização de mercado de apenas 8 trilhões de dólares, blockchains inteligentes como o Ethereum oferecem um potencial muito maior para a economia global. O Ethereum é capaz de digitalizar “fiat, ouro, licenças de software, ações, dívidas, derivativos, pontos de fidelidade, classificações de reputação e muito mais com confiança”, de acordo com Keys. Esta é uma oportunidade de mercado estimada em mais de 80 trilhões de dólares. O Bitcoin é um caso de uso único. Em comparação, o Ethereum tem um número infinito de casos de uso.
Como o autor escreve para a ConsenSys, o desenvolvimento para o Ethereum 2.0 está progredindo rapidamente. Em 2020, o Ethereum irá além da fase 0 do Ethereum 2.0 e iniciará a fase 1 e o início das shard chains. Enquanto a fase 0 fornecerá as funcionalidades básicas para a Beacon Chain, os validadores e a coordenação dos shards, a fase 1 permitirá o uso dos shards.
O potencial de escalonamento do Ethereum para mais de um milhão de transações por segundo se tornará assim visível pela primeira vez. Entretanto, como Keys enfatiza, isto não será alcançado apenas através de shards, mas através de uma combinação de diferentes implementações de escalas de layer 1 e layer 2:
As sharded chains podem ocupar grande parte do debate no momento, mas os state channels que estão sendo desenvolvidos pela Celer, Connext e Counterfactual serão a enorme rede de dados micelial subterrânea que liberta a cadeia principal para operar sem sobrecarregar o peso estatal.
A sidechains irá transacionar a maior parte das transações de menor risco rapidamente. State channels como Raiden irão permitir transferências de fichas instantâneas, enquanto ZK-Snarks irá manter todos os seus dados privados em meio a toda a ação transacional. A pilha está toda lá, e 2020 verá 2.0 ganhar vida.
A respeito da competição, Keys explicou:
No final de 2021, teremos uma imagem muito mais clara se as novas redes de uma blockchain como Near, Polkadot, Dfinity e Nervos poderão contribuir substancialmente para o ecossistema da blockchain.
A base da Web 3.0 será o Ethereum
Keys também prevê que a Web3.0 será caracterizada por aplicações e projetos descentralizados, cada um especializado em diferentes casos de uso. Muitos elementos infra-estruturais da Web3.0 entrarão em funcionamento em 2020. Como exemplo, Keys citou que o Filecoin da Protocol Labs, que é baseado em IPFS para alugar espaço no disco rígido dos usuários para criptografia, terá um grande avanço. O lançamento da plataforma está previsto para março, embora a rede de teste só agora tenha sido lançada.
Com o Helium, Keys cita outro projeto, que só começou em agosto de 2019, onde as partes estão comprando nós por menos de 500 dólares para fornecer baixa largura de banda para dispositivos de Internet das Coisas. No início já existiam mais de 2.130 nós na rede. O Hélio subcotou os preços dos principais fornecedores como a Verizon em 99,9988% ($0,00001 por 24 bytes ou 0,024 KB). Keys também espera tais efeitos para outros setores:
Este tipo de consolidação de preços devemos esperar da próxima geração de fornecedores de serviços de telemóveis, armazenistas de dados e qualquer intermediário através de uma rede mundial descentralizada.
Finalmente, Keys observa que o ecossistema DeFi está a apenas alguns meses de se transformar em um movimento financeiro descentralizado de vários bilhões de dólares.
O financiamento descentralizado continuará a liderar o setor no primeiro trimestre de 2020. Mais de US$600 milhões de dólares estão atualmente presos em plataformas financeiras descentralizadas.
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