- O tribunal brasileiro aprova o envio de intimações via NFTs para réus não identificados de fraudes de criptografia.
- As NFTs foram usadas para acessar legalmente as carteiras de Bitcoin vinculadas ao caso de falência da BWA Brasil.
Um movimento incomum, mas interessante, saiu de um tribunal brasileiro. Em meio a processos judiciais envolvendo a empresa de criptomoedas BWA Brasil, o tribunal aprovou o uso de tokens não fungíveis (NFTs) como meio de intimar um réu não identificado. A empresa é acusada de cometer uma fraude maciça no valor de cerca de US$ 900 milhões, equivalente a 11.200 BTC.
Esse caso fez com que milhares de investidores ficassem com medo. Diz-se que cerca de 7.000 pessoas foram vítimas do esquema executado pela BWA Brasil. No entanto, como a maioria das partes envolvidas só pode ser rastreada por meio de suas carteiras de Bitcoin, e não por seus nomes ou rostos, o juiz finalmente aprovou uma ideia inovadora: notificar documentos legais por meio de NFTs enviadas diretamente para endereços de carteiras digitais.
Alcançando “fantasmas” no Blockchain: A jogada inteligente de um juiz
A decisão é do juiz Rafael Monteiro de Almeida, de São Paulo. Ele permite que os advogados das vítimas criem NFTs personalizadas contendo informações jurídicas e as enviem para carteiras de Bitcoin associadas a transações suspeitas.
Essa abordagem pode parecer estranha, mas imagine: se a pessoa é desconhecida, não tem endereço residencial e não está ativa nas mídias sociais, como a lei pode chegar até ela? Uma carteira de criptografia é o único rastro que pode ser usado. E, como disse o juiz, é melhor enviar uma carta para um endereço que existe do que esperar por uma porta que nunca se abrirá.
O Brasil diz não aos esquemas de biometria para criptografia
Por outro lado, essa notícia chega em meio às várias dinâmicas de criptografia que estão se desenvolvendo no Brasil. Em 26 de março de 2025, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) do Brasil confirmou a proibição do projeto World ID.
O projeto ganhou atenção devido à sua promessa de incentivos em criptomoedas em troca de identificação biométrica. A ANPD considerou a prática arriscada e emitiu um ultimato de uma multa diária de R$ 50.000, aproximadamente US$ 8.771,78, caso a proibição fosse violada.
O Brasil considera o Bitcoin seu novo seguro econômico
Por outro lado, a CNF relata que um assessor do vice-presidente do Brasil considera o Bitcoin essencial para a resiliência econômica de longo prazo. De fato, alguns legisladores estão pressionando para que 5% das reservas cambiais do Brasil sejam alocadas para o Bitcoin. Os objetivos são diversificar a estratégia financeira do país e acompanhar o ritmo dos tempos.
Essa medida reflete como as moedas digitais não são mais consideradas apenas “brinquedos de especuladores”. Aos olhos das principais autoridades do estado, o Bitcoin agora pode se tornar uma espécie de ouro digital, um hedge e um veículo de investimento de longo prazo. Se o Brasil realmente der esse passo, isso poderá mudar drasticamente a direção de sua política fiscal.
Ainda não é suficiente? Em 20 de fevereiro de 2025, a gestora de ativos Hashdex recebeu o sinal verde da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para lançar o primeiro ETF de XRP à vista do mundo. O produto é negociado na bolsa de valores nacional B3 e atraiu imediatamente a atenção do mercado global.