- A Microsoft rejeitou adicionar o Bitcoin ao seu balanço patrimonial, citando preocupações com a volatilidade, mesmo com a BlackRock fortalecendo suas iniciativas e influência focadas no Bitcoin.
- O ETF Bitcoin da BlackRock domina as negociações, contribuindo para o aumento de 160% do Bitcoin em 2024, enquanto a Microsoft corre o risco de perder uma onda de inovação estratégica.
A Microsoft, uma gigante da tecnologia avaliada em mais de US$ 3 trilhões, rejeitou recentemente uma proposta para incluir o Bitcoin em seu balanço patrimonial. A decisão chamou a atenção, já que a BlackRock, seu segundo maior acionista, tem feito movimentos ousados em direção ao Bitcoin, ressaltando uma forte divisão de perspectivas.
A proposta, liderada pelo presidente executivo da MicroStrategy, Michael Saylor, argumentou que a adoção do Bitcoin poderia aumentar a capitalização de mercado da Microsoft. No entanto, a diretoria da gigante da tecnologia citou preocupações sobre a notória volatilidade da criptomoeda, optando por se afastar do ativo digital.
Enquanto isso, a BlackRock, que detém uma participação maciça de 7,55% na Microsoft por meio de 561,48 milhões de ações, parece estar cantando uma música muito diferente. Com mais de US$ 11 trilhões em ativos sob gestão, a BlackRock surgiu como uma das mais fortes defensoras institucionais do Bitcoin, oferecendo um forte contraste com a postura conservadora da Microsoft.
Aposta ousada da BlackRock no Bitcoin
O ETF iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock tornou-se uma sensação desde seu lançamento no ano passado, acumulando mais de US$ 53 bilhões em ativos sob gestão até hoje. O crescimento explosivo quebrou recordes de ETFs de longa data, ultrapassando fundos que existem há décadas.
O IBIT não é apenas líder em tamanho – ele também domina as negociações de ETFs de Bitcoin. Representando mais de 50% do volume diário de negociação, o fundo desempenhou um papel fundamental no aumento de 160% do preço do Bitcoin em 2024. As opções de negociação diária vinculadas ao IBIT ganharam força significativa, com uma média de US$ 1,7 bilhão em volume, tornando-o uma potência no mercado.
O CEO da BlackRock, Larry Fink, também apoiou o Bitcoin. Ele tem enfatizado repetidamente seu potencial como uma classe de ativos única, chegando a compará-lo ao ouro por suas qualidades de porto seguro. Suas observações otimistas aumentaram a legitimidade e o apelo da criptomoeda nos círculos institucionais.
A oportunidade perdida da Microsoft?
O aprofundamento da BlackRock na adoção do Bitcoin não veio sem controvérsia. A empresa causou alvoroço ao questionar o limite de 21 milhões de suprimentos do Bitcoin em um de seus vídeos explicativos, provocando debates sobre se o gerente de ativos estava tentando reformular a narrativa para sua vantagem.
Apesar disso, a influência da BlackRock é inegável. Suas primeiras iniciativas em ETFs de Bitcoin abriram caminho para uma aceitação institucional mais ampla, dando credibilidade a um mercado há muito considerado especulativo.
Por outro lado, a recusa da Microsoft em se envolver com o Bitcoin levanta questões sobre se a gigante da tecnologia pode estar perdendo uma oportunidade estratégica significativa. Os defensores da criptografia argumentam que a adoção do Bitcoin poderia alinhar a Microsoft com a inovação financeira de ponta, como empresas como a Tesla já demonstraram.
A disparidade entre as abordagens da Microsoft e da BlackRock destaca um debate mais amplo sobre o papel do Bitcoin nas finanças institucionais. Enquanto a Microsoft prioriza a cautela, a BlackRock continua a liderar o ataque à fronteira da criptomoeda.