- O BTC, a maior criptomoeda com uma capitalização de mercado de US$ 1,6 trilhão, caiu 5,8% na última semana, ficando 24,71% abaixo de sua maior alta de todos os tempos.
- Esse movimento levou os investidores de curto prazo a um estado de pânico e medo extremo, especialmente com as próximas tarifas que entrarão em vigor em 2 de abril.
Recentemente, o Bitcoin enfrentou uma volatilidade significativa de preços, provocando maior ansiedade entre os investidores de curto prazo. Na última semana, o BTC caiu aproximadamente 5,8%, com um declínio de 1,4% nos gráficos diários, fazendo com que seu preço caísse para US$ 82.010. Enquanto isso, o volume de negociação do BTC aumentou 33,21% para US$ 20,42 bilhões, refletindo o aumento da atividade do mercado em meio à incerteza.
Essa queda desencadeou um pânico extremo entre os detentores de curto prazo, especialmente aqueles que possuem Bitcoin há menos de 155 dias. Vários indicadores-chave na cadeia sugerem que esse grupo está sofrendo grandes perdas.
De acordo com a CryptoQuant, a relação de lucro de saída gasto (SOPR) para detentores de curto prazo permanece abaixo de 1, indicando que a maioria das transações de Bitcoin está ocorrendo com prejuízo. Além disso, a relação entre o valor de mercado e o valor realizado (MVRV) para esse grupo caiu para 0,86, indicando que muitos detentores de curto prazo estão agora submersos, mantendo o BTC abaixo de seu preço de compra inicial.
Turbulência no mercado de criptografia
O mercado mais amplo está mostrando sinais claros de crescente ansiedade dos investidores. O Índice de Medo e Ganância das Criptomoedas, que varia de 0 (medo extremo) a 100 (ganância extrema), caiu para 24, colocando firmemente o sentimento na zona de “Medo Extremo”. Embora isso represente uma ligeira melhora em relação aos 21 do mês passado, ainda é um declínio em relação aos 31 da semana passada, refletindo uma inquietação persistente. O nível de medo mais baixo do ano foi registrado em 15 em 11 de março, enquanto a ganância do mercado atingiu o pico de 88 em 21 de novembro de 2024.
A confiança dos investidores continua frágil, prejudicada pela escalada da incerteza em relação às políticas de comércio global, principalmente as introduzidas pelo presidente Donald Trump. Sua postura agressiva em relação ao comércio, marcando o dia 2 de abril como o “Dia da Libertação”, apenas intensificou o nervosismo do mercado.
Nos mercados de derivativos, os traders parecem estar ajustando suas posições. Os juros abertos caíram 2,72% para US$ 52,95 bilhões, de acordo com dados da Coinglass. Entretanto, na BitMEX, o interesse aberto do Bitcoin saltou de US$ 250 milhões para US$ 291 milhões em apenas 48 horas, sugerindo um aumento na atividade alavancada.
Enquanto isso, o volume de negociação de opções aumentou 79,30%, para US$ 1,99 bilhão, com os juros abertos de opções subindo 2,67%, para US$ 21,69 bilhões. O analista de criptografia Ali Martinez levantou preocupações sobre a capacidade do Bitcoin de sustentar uma alta, apontando que, embora muitos esperem que o Bitcoin suba com o aumento da liquidez, a Oferta Global de Dinheiro na verdade diminuiu em quase US$ 1 trilhão nas últimas duas semanas.
Martinez também identifica dois níveis-chave de resistência que o Bitcoin precisa romper para recuperar o impulso de alta: US$ 90.700, o preço realizado do detentor de curto prazo, e US$ 97.300, o preço realizado de três meses. Enquanto isso, a incerteza do mercado se aprofunda à medida que os fluxos do ETF de Bitcoin invertem o curso, com os investidores retirando US$ 93 milhões, quebrando uma sequência de 10 dias de entradas contínuas. Notavelmente, o FBTC da Fidelity registrou as maiores retiradas, alimentando preocupações sobre uma mudança no sentimento de curto prazo.