- Depois de lavar os fundos do hack da Bybit, a Coreia do Norte agora detém mais Bitcoin do que El Salvador e Butão.
- A capacidade dos grupos patrocinados pelo Estado de acumularem participações significativas em criptomoedas representa riscos para os sistemas financeiros e para a segurança internacional.
O grupo de hackers patrocinado pelo Estado da Coreia do Norte, o Lazarus Group, acumulou uma reserva significativa de Bitcoin (BTC), superando as reservas de Butão e El Salvador. De acordo com os dados da Arkham, em 17 de março, o grupo detinha aproximadamente 13.518 BTC, avaliados em cerca de US$ 1,13 bilhão. No topo da lista de detentores de Bitcoin estão os Estados Unidos, com 198.109 BTC no valor de US$ 16,47 bilhões, seguidos pela China com 195.000 BTC e o Reino Unido com 61.245 BTC no valor de US$ 5,1 bilhões.)
O Lazarus Group esteve envolvido em vários ataques cibernéticos de alto nível, com destaque para a recente invasão da bolsa de criptomoedas Bybit. Em fevereiro, o grupo orquestrou o roubo de mais de 400.000 Ethereum (ETH) da carteira fria segura com várias assinaturas da Bybit, totalizando aproximadamente US$ 1,5 bilhão. Posteriormente, o ETH roubado foi lavado e convertido em Bitcoin, aumentando significativamente as reservas de BTC da Coreia do Norte.
Esse não é um incidente isolado. Em março de 2022, a Ronin Network, uma plataforma de blockchain que suporta o popular jogo Axie Infinity, foi vítima de uma grande violação de segurança. Explorando vulnerabilidades, os invasores drenaram aproximadamente 173.600 ETH e 25,5 milhões de USD Coin (USDC), totalizando mais de US$ 600 milhões na época.
Em maio de 2024, a bolsa de criptomoedas DMM Bitcoin, com sede no Japão, sofreu um ataque cibernético sofisticado, resultando no roubo de aproximadamente US$ 308 milhões em ativos digitais. Esses incidentes ressaltam a estratégia contínua da Coreia do Norte de aproveitar os ataques cibernéticos para acumular criptomoedas, uma tática que se acredita financiar várias operações estatais.
Comparação com Butão e El Salvador
O Butão, por meio de seu braço de investimentos Druk Holding & Investments (DHI), tem se envolvido ativamente na mineração de Bitcoin desde 2019. O país tem aproveitado seus abundantes recursos hidrelétricos para alimentar as operações de mineração de forma eficiente. Até o momento, o Butão detém mais de 10.634 BTC, avaliados em aproximadamente US$ 886 milhões, o que o torna o quarto maior detentor de Bitcoin em um estado-nação.
El Salvador se tornou o primeiro país a adotar o Bitcoin como moeda legal em 2021. Atualmente, ele detém cerca de 6.118 BTC, classificando-se como o quinto maior detentor, com um valor total superior a US$ 509 milhões e um lucro não realizado de US$ 119,77 milhões. Anteriormente, informamos que El Salvador está se preparando para reverter sua política de Bitcoin enquanto negocia um empréstimo de US$ 1,4 bilhão com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Uma mudança significativa inclui o fim das compras diárias de Bitcoin financiadas pelos contribuintes do governo até julho de 2025.
Embora o banco central da Coreia do Sul tenha rejeitado a ideia de adotar reservas de Bitcoin, os Estados Unidos, sob o comando do presidente Donald Trump, adotaram uma postura diferente. Trump há muito tempo vem provocando a ideia de uma estratégia nacional de Bitcoin, e recentemente assinou uma ordem executiva no início de março para estabelecer uma Reserva Estratégica Nacional de Bitcoin. O Bitcoin está sendo negociado atualmente a US$ 82.911, marcando um aumento de 4,85% na última semana. Enquanto isso, o Ethereum caiu abaixo do nível de suporte de US$ 2.000 e agora está sendo negociado a US$ 1.903.